sexta-feira, 3 de novembro de 2017

A caverna está dentro de nós... Sócrates é uma ilusão: Glauco sempre esteve sozinho...

A caverna está dentro de nós... Sócrates é uma ilusão: Glauco sempre esteve sozinho...

A maior e mais perene das ilusões humanas é achar que o ser humano merece ser "salvo". A caverna de Platão é o nosso inconsciente, e Sócrates, uma ilusão que criamos para lidar com o nosso próprio desamparo... Glauco sempre esteve sozinho, distraído com o seu Narciso interior! Ele não escuta nem vê; só grita...

Fazendo um "loop" metafórico nas curvas do espaço-tempo — a fim de conectar o passado e o presente —, eu queria imaginar como seria a vida de Platão nos tempos modernos, com as redes sociais... Ouso dizer que ele seria dissolvido pela mesma solução de normose e hebetismo que nos corrói as entranhas... Depois de conhecer a história humana, do seu tempo até os dias atuais, ele perceberia — deprimido, talvez — que é impossível sair da caverna: ela é parte do que somos! Nós nunca seremos capazes de enxergar a realidade sem o filtro das nossas pulsões e desejos...

Como disse o doutor Yu Tsun, antigo catedrático de inglês na Hochschule de Tsingtao, no Conto “O jardim de veredas que se bifurcam”,

“Prevejo que o homem se resignará a cada dia a tarefas mais atrozes; breve só haverá guerreiros e bandidos” (“O Jardim de veredas que se bifurcam”. In: Obras completas de Jorge Luis Borges: Ficções. — São Paulo: Globo, 1999. v. 1. p. 45).

O que me serve de lenitivo — contra as receitas do hedonismo virtual — é saber que o meu fatalismo não tem cura! Sou apenas um homem doente...

Jorge Araken Filho, apenas um coletor de palavras perdidas nos ermos do tempo.

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