quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Ao magoar alguém, ao menos seja sincero!

Ao magoar alguém, ao menos seja sincero!

Quando quiser magoar alguém, magoe com sinceridade. Não invente motivos para baixar a autoestima do outro, ou ele acabará achando que você não passa de um louco vingativo.

Existem feridas emocionais — ainda abertas e não cicatrizadas — na pessoa a quem você deseja magoar e, de resto em todos nós, que podem ser cutucadas com a habilidade de um neurocirurgião, sem que o gesto de lembrá-las pareça uma narrativa inverossímil, fruto do mais puro ressentimento.

Explore as feridas do outro — escolha os pontos fracos da pessoa a ser atingida, nunca os inventados pela sua mágoa —, e o dano será muito maior.

É por isso que eu digo: para magoar alguém é preciso ser sincero.

Mas essa crueldade assertiva, que representa, em certa medida, o abandono do comportamento passivo-agressivo — uma forma de hostilidade subjacente que dissimula a raiva pelo outro —, mesmo sendo tentadora e, na verdade, eficaz para amargurar o parceiro, é um caminho sem retorno: o perdão da pessoa magoada é até possível, mas será — ouso dizer sempre — da boca pra fora.

Ele sabe que, no instante da raiva, em especial na vingança, é que dizemos as nossas maiores verdades. Quando nos irritamos, revelam-se, sem disfarces, as palavras cortantes que dissimulamos de candura, quando desejamos ocultar a nossa hostilidade.

O que você disser, mesmo que use o pretexto da vingança e da ira momentânea, será, de fato, o que pensa do outro. E ele sabe disso... Copos de cristal, depois que se quebram, nunca mais são os mesmos.

Magoe com sinceridade, mas não se esqueça de dizer  adeus!... Você é senhor das suas ações e reações, mas refém das consequências!

Seja como for, não subestime a sua habilidade de magoar. Certas mágoas morrem conosco.

É duro de aceitar, mas assim é a vida...

Jorge Araken Filho, apenas um coletor de palavras perdidas nos ermos do tempo.





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