Ao
magoar alguém, ao menos seja sincero!
Quando
quiser magoar alguém, magoe com sinceridade. Não invente motivos para baixar a
autoestima do outro, ou ele acabará achando que você não passa de um louco
vingativo.
Existem
feridas emocionais — ainda abertas e não cicatrizadas — na pessoa a quem você deseja
magoar e, de resto em todos nós, que podem ser cutucadas com a habilidade de um
neurocirurgião, sem que o gesto de lembrá-las pareça uma narrativa
inverossímil, fruto do mais puro ressentimento.
Explore
as feridas do outro — escolha os pontos fracos da pessoa a ser atingida, nunca
os inventados pela sua mágoa —, e o dano será muito maior.
É
por isso que eu digo: para magoar alguém é preciso ser sincero.
Mas
essa crueldade assertiva, que representa, em certa medida, o abandono do
comportamento passivo-agressivo — uma forma de hostilidade subjacente que
dissimula a raiva pelo outro —, mesmo sendo tentadora e, na verdade, eficaz
para amargurar o parceiro, é um caminho sem retorno: o perdão da pessoa magoada
é até possível, mas será — ouso dizer sempre — da boca pra fora.
Ele
sabe que, no instante da raiva, em especial na vingança, é que dizemos as
nossas maiores verdades. Quando nos irritamos, revelam-se, sem disfarces, as
palavras cortantes que dissimulamos de candura, quando desejamos ocultar a
nossa hostilidade.
O
que você disser, mesmo que use o pretexto da vingança e da ira momentânea,
será, de fato, o que pensa do outro. E ele sabe disso... Copos de cristal,
depois que se quebram, nunca mais são os mesmos.
Magoe
com sinceridade, mas não se esqueça de dizer adeus!... Você é senhor das suas ações e
reações, mas refém das consequências!
Seja
como for, não subestime a sua habilidade de magoar. Certas mágoas morrem
conosco.
É
duro de aceitar, mas assim é a vida...
Jorge
Araken Filho,
apenas um coletor de palavras perdidas nos ermos do tempo.
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