quinta-feira, 13 de julho de 2017

Quando duas pessoas estão de acordo em tudo, uma delas é manipulada!

Quando duas pessoas estão de acordo em tudo, uma delas é manipulada!

O título, uma dessas epifanias que só a maturidade nos concede, revela que as redes sociais, muito mais do que o paraíso da interação entre os opostos, acabou se revelando o inferno da manipulação virtual, o sepulcro da diversidade.

Vagam, nessas correntes de normose e ódio à alteridade, essas vidas secas e miseráveis, esses dias mortos, vazios de significado, plenos dessa homogeneidade sufocante, esse torpor que nos condena ao eterno cotidiano das trivialidades e à repetição de velhos comportamentos que sabotam a nossa felicidade, para gratificar os desejos de poder dos manipuladores.

Tempos de cólera aos diferentes, época de seguidores cegos e ensandecidos que tentam nos impelir ao consumo do que não precisamos verdadeiramente; era perdida e triste de seres encastelados em suas certezas, de arautos da ética e da sabedoria que nos sufocam com os seus ídolos religiosos ou políticos. Esse é um tempo de certezas que nos punem com o ostracismo, quando nos aproximamos de nós mesmos, deixando de representar, na cena da vida, nesse espetáculo de bufões, o papel da ovelha que sorri no abatedouro. O que vale é a aparência do ser, e não a prosaica realidade do não ser o cara da moda...

Não desejo ser apenas mais um nesse universo em desencanto, nesse mar de intolerância disfarçada de convicção. Não aceito ser homogeneizado na mesmice, pasteurizado na futilidade, vivendo outras vidas, longe do meu self.

Só quero estar longe dos humanos domesticados e assépticos, castamente vestidos com a arrogância do politicamente correto; cansei de ser prisioneiros de uma existência sem sabor, sem sons, sem cores e sem a contemplação ociosa da natureza.

Vou duvidar sempre, resistir à homogeneidade das escolhas; jamais irei abdicar da capacidade de refletir sobre os meus caminhos passados, atuais e futuros! Geneticamente, esse é grande salto evolutivo que me separa das amebas!

Nem tudo é como dizem ou como parece ser, nem o consenso!

Jorge Araken filho, apenas um coletor de palavras perdidas nos ermos do tempo.




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