sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Autoestima: a virtude está no equilíbrio!

Autoestima: a virtude está no equilíbrio!

A autoestima é uma linha tênue, verdadeira corda bamba, entre a arrogância dos que se imaginam mais do que na verdade são, menosprezando os outros e supervalorizando falsas qualidades pessoais, e a autodestruição do próprio ego, pelo excesso de autocrítica, que corrói a alma, impedindo a pessoa de exercer a plenitude do seu potencial humano!

Autoestima em excesso e carência de autoestima podem ser nocivas: a virtude está no equilíbrio!

Entretanto, quando o menosprezo do outro é evidente, mostrando desamor, não há alternativa a não ser a autopreservação, que nos mostra o caminho da liberdade!


Jorge Araken Faria da Silva Filho, um velho Escrevinhador sem Folhas.

Não sigas a corrente. . .

Não sigas a corrente. . .

Se tens opinião própria, nunca te cales! Tu não precisas agradar a todos. . . Se estiveres errado, aprenda com os teus erros, mas não renegues a tua fala! Se estiveres certo, não te vanglories. . .


Jorge Araken Faria da Silva Filho, um velho Escrevinhador sem Folhas.

O que é amor?

O que é amor?

Quem sou eu para definir o que nem os poetas ousaram aprisionar em palavras! Mas começo a imaginar que amor é o sentimento de comunhão, que sobrevive depois que as máscaras caem.

Se alguém conhece teus defeitos, se você cometeu muitos erros e, mesmo assim, ele deseja compartilhar seu destino contigo, ele provavelmente te ama.

E só depende de nós, heróis da resistência, impedir que o amor se dilua na mediocridade dessas relações de pessoas partidas, imaturas e medrosas, que não se comprometem, que não comungam a união de espíritos, porque imaginam um sofrimento futuro que acabam vivendo no presente.


Jorge Araken Faria da Silva Filho, um velho Escrevinhador sem Folhas.

Decepção: quando a tua expectativa não dialoga com a realidade!

Decepção: quando a tua expectativa não dialoga com a realidade!

Em homenagem a uma amiga, que pendurou a sua felicidade nas expectativas, e não na realidade, dedico este texto, que republico para nova reflexão.

Por que andas tão triste? Perdeste um grande amor, que se revelou uma pedra falsa, e não um diamante?

Se o perdeste, duvida desse amor! Só amamos alguém, quando o enxergamos como ele é, e não como desejaríamos que fosse, enfim, quando não precisamos disfarçar os seus defeitos, nem multiplicar as suas virtudes.

A paixão, avassaladora, mas passageira, como uma tempestade de verão, só se transforma em amor, um sentimento profundo e perene, quando deixamos de idealizar o ser amado, e passamos a vê-lo como uma pessoa real e inteira, com virtudes e defeitos, que conhecemos sem exagerar ou minimizar.

Gostamos dele exatamente assim, como se revela, sem mentiras ou falsas esperanças de uma repentina conversão de caráter. Isso é amor! Eu desejo o que ele é agora, e não o que poderia ser, se fosse moldado segundo a minha vontade.

Se o teu sentimento virou tristeza, decepção, ódio ou indiferença, certamente não conhecias o objeto dos teus desejos. Podes apostar que não era amor, mas paixão!

Enterra esse cadáver insepulto e vive teu luto, mas lembra que a decepção, neste caso, é fruto das tuas próprias idealizações, enfim, é o desencontro entre as tuas expectativas e a realidade da vida.

Ele sempre foi assim!Tu é que te recusavas a ver. . .

Se andavas com porcos, lama é o que haverias de ter! Cada um dá apenas o que tem, e não o que desejamos.

Minha amiga, não é ordenhando pedras que terás leite!!!


Jorge Araken Faria da Silva Filho, um velho Escrevinhador sem folhas.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Estudar Direito não é decorar leis. . .

Estudar Direito não é decorar leis. . .

No universo do direito, nenhuma doutrina é absoluta, nenhum pensamento e dogma infalível.

Se o Direito é fruto do homem, que é ontologicamente imperfeito e falível, não é de estranhar que seja, quase sempre, inexato, incerto e inconstante, variando ao sabor das circunstâncias, num eterno jogo de poder em que os mais fracos, mutas vezes, pagam o preço da injustiça.

O que temo, na verdade, não é o erro, que é quase inevitável numa ciência humana; tenho medo é da injustiça e da iniquidade, que contamina alguns operadores do Direito, já na Universidade, enchendo-lhes a cabeça de dogmas e as atitudes, de empáfia. . .

Não olhe de cima da ponte, meu amigo estudante de Direito; desça ao nível das águas agitadas, que correm sob os seus pés.

Sob essa ponte sinuosa, passam as dores e misérias humanas, pessoas que sofrem e se angustiam por um simples prato de comida. . .

Ao interpretar as leis, é preciso sentir as dores do mundo, a fome de quem não tem alimento e a dor de quem sofre uma injustiça.

A missão do operador do Direito, missão quase divina, é difícil e tortuosa.  Não obstante sentir em si todas as fraquezas dos homens, você não deve despir-se de sua humana fragilidade, para conhecer os dramas que passam sob a ponte da Justiça.

Estudar Direito não é decorar leis. . . Para isso, até um papagaio serve!!!!

Rio Branco, 30 de janeiro de 2014.

Jorge Araaken Faria da Silva Filho, um velho Escrevinhador sem folhas.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Utopia de um sistema penal

Utopia de um sistema penal

Nesses tempos de violência nos presídios e cidades brasileiras, decidi republicar uma reflexão antiga, que fiz no final de 2012, que Inda se mantém atual, apesar do tempo que nos separa. . .

Depois de escutar de um amigo um fato triste, que ocorreu ontem à noite, voltei a refletir sobre o nosso sistema penal.

Esse amigo, vítima da violência urbana, foi colocado sob a mira de um revólver, sob ameaça de morte, fato comum em nossa Cidade, se não fosse o gracejo que lhe fez o ladrão, que afirmou, jocosamente, que iria passar trotes para todos os que estavam na agenda do telefone roubado.

Na verdade, o problema não são as nossas penas, que são até satisfatórias, na maioria dos tipos penais, mas a sua execução, que é inexplicavelmente condescendente, premiando a boa conduta, que não deveria ser facultativa, mas obrigatória para o preso.

Ser bem comportado, no presídio, deveria ser uma regra compulsória, cuja transgressão haveria de gerar o agravamento da pena, e não benefícios, quando fielmente observada.

Admitir que o bom comportamento do preso lhe traga favores na execução da pena é o mesmo que premiar o cidadão que não rouba e não mata, ou o político, que não malversa ou desvia dinheiro público.

Ora, não cometer crime é pressuposto ético e moral de qualquer pessoa civilizada, ou seja, é regra fundamental de conduta, conditio sine qua non para a própria convivência em sociedade; enfim, é o mínimo ético que se espera de qualquer pessoa, não merecendo qualquer benesse ou elogio a conduta reta e proba!!!!

Ao contrário, a safadeza e a conduta vil, que invade o espaço e a esfera dos direitos de outrem, é que deve ser punida com rigor.

Sem embargo, a execução penal brasileira, fruto de uma Constituição demasiado condescendente com a conduta cavilosa e antiética, quase ao gosto do jeitinho brasileiro, premia com a progressão de regime , com sursis, com liberdade condicional o simples cumprimento regular da pena aplicada, como se fora injusta a sua fixação.

Pedem-se desculpas ao preso, reduzindo o seu tempo de segregação, simplesmente porque se comportou bem dentro do Presídio. . . E deveria comportar-se mal???????????

É claro que prestei ao meu amigo a minha solidariedade, neste momento difícil, porque sei o que é estar na mira de um revólver!!!

Também não deixei de mencionar-lhe que o Estatuto da Criança e do Adolescente trata como idiotas e irresponsáveis, no plano penal, pessoas sadias e inteligentes, que votam e têm perfeita consciência dos seus atos.

Sabem escolher o Presidente da República, mas não possuem maturidade para compreender que não podem matar um cidadão, para lhe roubar um celular e passar trotes nos seus amigos, espezinhando e tripudiando sobre o sofrimento da vítima.

Sabem, enfim, torturar o pobre trabalhador, retirando-lhe o pouco que possui, são hábeis na tortura psicológica, mas não compreendem a natureza destrutiva dos seus atos. . .

As penas e as medidas socioeducativas, na verdade, refletem uma sociedade utópica, quase britânica, meio quimérica, que ainda está longe das nossas ruas!

O Brasil, infelizmente, não possui a civilização ideal e fantástica, imaginada por Sir Thomas More em sua "Utopia".


Jorge Araken Faria da Silva Filho, um velho Escrevinhador sem folhas.

Paixões. . .

Paixões. . .

Infelizmente, contra as paixões verdadeiras, não só amorosas, como também políticas, religiosas, futebolísticas e de toda ordem, pouco valor possuem os argumentos da razão, porque as paixões libertam, para a superfície do ego, os instintos, desejos e tendências destrutivas e, portanto, antissociais e anticulturais dos seres humanos, que convivem, submersos e reprimidos, em nosso inconsciente.

De fato, nem o mais poderoso superego controla os impulsos primitivos da mente apaixonada!


Aliás, nem o sábio Doutor Jekyll consegue controlar o odioso Senhor Hide, quando seus olhos estão obscurecidos pela "catarata" da paixão!


Jorge Araken Faria da Silva Filho, um velho Escrevinhador sem folhas.

Na hora da despedida.

Na hora da despedida.

Ao aproximar-se a hora derradeira, e já perdendo a lucidez, abdico das minhas necessidades, inclusive das mundanas, e renuncio aos prazeres que a vida me deu e aos que ela, sempre caprichosa, me recusou!


Em ascese monástica, forçada pelo meu próprio destino, desligo-me da imperfeição e materialidade do meu corpo, para atingir um estágio de equilíbrio sensorial em que o refúgio da solidão contemplativa me permita saborear o fim da minha modesta e fútil existência, senão para usufruir da felicidade que nunca tive, mas, ao menos, para compreender, com graus de percepção mais elevados, os desatinos da humanidade, alguns deles, confesso, cometidos com a minha abnegada colaboração!


Jorge Araken Faria da Silva Filho, um velho Escrevinhador sem folhas.

Brincadeiras de mau gosto

Brincadeiras de mau gosto

Algumas "brincadeiras", supostamente inocentes, que costumo ver no Facebook, nutrem-se do preconceito e da falta de conhecimento, mas acabam revelando muito mais sobre os seus autores do que sobre as suas vítimas.

Nem por isso, contudo, prefiro a censura, porque, na verdade, cada um dá o que tem e a liberdade de pensar vale até para os canalhas!


Muitas dessas pessoas, que nos parecem felizes e venturosas, talvez escondam, sob a máscara do escárnio e do humor duvidoso, os seus próprios demônios interiores, refletidos no espelho da alma. . .


Jorge Araken Faria da Silva Filho, um velho Escrevinhador sem folhas.

Sobrevivi ao meu próprio Parto

Sobrevivi ao meu próprio Parto

Freud me diria que essa saudade do que não vivi é pura melancolia!

Quem sabe essa crise existencial não é o novo gênesis da minha própria existência? Renascer das sombras. . . Um parto difícil e doloroso, que gera a vida?!

Já passei por essa experiência traumática, quando deixei o conforto e o aconchego do útero materno, para enfrentar uma sala cheia de pessoas estranhas, que esperavam, impiedosas, não um sorriso, mas o meu choro compulsivo, para só, enfim, perceberem, a minha doce existência: ele chorou! Está vivo e é um menino saudável!


Se sobrevivi ao meu próprio parto, o resto é pura poesia.


Jorge Araken Faria da Silva Filho, um velho Escrevinhador sem folhas.

Saudade

Saudade

Para não caminhar sozinho, a saudade me acompanha! Saudade do que perdi, saudade do que deixei de ter, pelo simples medo de tentar! Saudade dos sorrisos, que ignorei, por estar ocupado em outras questões, agora sem importância!

E ainda dizem que o tempo não para! Gente inocente, mal sabe que a saudade faz parar o tempo.


Leis da física? Que me importam as leis, se a saudade repousa na memória do coração?


Jorge Araken Faria da Silva Filho, um velho Escrevinhador sem folhas.

Ao buscar a felicidade não aprisione o outro. . .

Ao buscar a felicidade não aprisione o outro. . .

Livre da imaturidade, sem idealizar sentimentos, busque a felicidade nos pequenos gestos, como a alegria de voltar para casa e encontrar um sorriso, alguém que te aplaude, sem te acorrentar; que te respeita, mas não deseja moldar a tua vontade e o teu caráter.


Você não precisa matar a essência do outro para existir, nem capturá-lo no teu desejo, para ser feliz.


Jorge Araken Faria da Silva Filho, um velho Escrevinhador sem folhas.

Pedido de Perdão!

Pedido de Perdão!

Meus caros amigos, aprendi que as canções eternas, as que ficam marcadas na alma, são as que expressam as dores do coração, desconstruindo os meandros da tristeza e da melancolia, para revelar, nas tragédias do compositor, os caminhos e descaminhos de outras vidas, repetidos na nossa própria existência!

Na verdade, assim nasceu a poesia, assim nasceram as tragédias gregas! Afinal, o que seria de Ésquilo, Sófocles e Eurípedes, sem as dores da alma, sem os males do mundo?

Aliás, não teriam sentido o purgatório e o paraíso, se não fosse o inferno, cantado na Divina Comédia de Dante Alighieri!

William Shakespeare, o mestre da Tragédia, não teria sacrificado Romeu e Julieta, mas também não teria revelado os dramas da existência humana. E não conheceríamos o Príncipe Hamlet, com a sua loucura dissimulada e o seu sofrimento opressivo, mergulhado nas tecituras dramáticas da traição, da vingança, do incesto e da corrupção moral! Sem as tristezas da vida, também não existiriam o General Otelo, o Mouro de Veneza, e sua esposa, Desdêmona, que nos mostraram o preconceito, o amor, o ciúme e a traição, temas que permeiam as nossas próprias tragédias pessoais: é a vida quase sempre imitando arte!

Tampouco, teríamos Racine, com a trágica paixão de Fedra por Hipólito, nem teríamos o mergulho antropofágico de Corneillé, com a sua terrível Medeia.

Nos cultores da tragédia, que exaltam as nossas tristezas e desalentos, é que encontramos a verdadeira essência humana, enfim, aquele mal secreto que muitos escondem sob a máscara da conveniência social!!
A verdade, absoluta verdade, é que jamais compreenderíamos a alma dos homens, se não mergulhássemos nas tragédias e tristezas dos corações aflitos!

Quero, apenas, confessar a todos que a minha tristeza encontra na música e na poesia a sua verdadeira catarse, perpassando as minhas tragédias, que desvanecem diante da doce morte de Romeu e Julieta!

Para mim, e para o poetinha Vinícius de Moraes,

"Tristeza não tem fim
Felicidade sim
A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar
A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
e tudo se acabar na quarta feira
Tristeza não tem fim
Felicidade sim
Tristeza não tem fim
Felicidade sim
A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranquila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor
A minha felicidade está sonhando
Nos olhos da minha namorada
É como esta noite
Passando, passando
Em busca da madrugada
Falem baixo, por favor
Prá que ela acorde alegre como o dia
Oferecendo beijos de amor
Tristeza não tem fim
Tristeza não tem fim
Tristeza não tem fim
Tristeza não tem fim
Tristeza não tem fim
Tristeza não tem fim"

Peço escusas, assim, em tom de lamento, pelo meu triste repertório musical, que pode espantar os espíritos menos dramáticos, os que vivem no paraíso e só compreendem a vida pela bem aventurança, esquecendo que só a tempestade da alma traz o sossego e a maturidade.

Peço-lhes perdão, contudo, queridos amigos, por deixar transparecer, nas estradas de uma rede social, que os meus caminhos nem sempre são ornados de flores!!!


Jorge Araken Faria da Silva Filho, um velho Escrevinhador sem folhas

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

A cultura do sim. . .

A CULTURA DO SIM. . .

Numa cultura em que a ausência de limites é a base da educação, sobretudo na família, mas também na escola, a violência acaba fazendo parte do cotidiano de quem não tem maturidade para lidar com os seus próprios demônios.

A inquietação narcísica, consequência natural da falta de limites, faz das menores diferenças a matéria prima da violência, liberando a agressividade introjetada nessas pessoas imaturas e autocentradas, que, por sempre terem ouvido um "sim" aos seus desejos, não sabem controlar as suas pulsões destrutivas.

Como não possuem argumentos, nem maturidade para dialogar com as diferenças, preferem descarregar nos outros os seus traços mais mesquinhos, inclusive pela força física, quando não o fazem pela violência psicológica, a mais perene de todas as formas de uso da agressividade entre seres humanos.

Para esses trogloditas, um murro preenche o espaço das suas carências emocionais e intelectuais, mostrando ao mundo um poder que eles ostentam para esconder a fragilidade do seu próprio ego.

Rio Branco, 20 de janeiro de 2014.

Jorge Araken Faria da Silva Filho, um velho Escrevinhador sem folhas.